terça-feira, 29 de março de 2011

Extração de areia betuminosa nos EUA

22/03/2011 às 11:32

Meio ambiente

Extração de areia betuminosa nos EUA

Reprodução
Região norte de Alberta no Canadá, onde existe uma grande jazida de alcatrão
Região norte de Alberta no Canadá, onde existe uma grande jazida de alcatrão
A imagem é da região norte de Alberta no Canadá, onde existe uma grande
jazida de areia de alcatrão. Essa areia possui uma forma grossa e pegajosa de
betume e, portanto rica em petróleo e sua extração, totalmente a céu aberto, tem
provocado um desastre ambiental sem precedentes. No Estado de UTAH – USA,
também existe uma grande área com a mesma formação e igualmente rica em
petróleo.
A grande preocupação dos norte-americanos reside no fato de antever que
aquele Estado, após iniciar o processo de extração, deverá ficar com as mesmas
características da região de Alberta.
Em setembro de 2010, a Divisão de Petróleo, Gás e Mineração do Estado de
UTAH - USA, deu a aprovação para que a empresa canadense Earth Energy
Resources, iniciasse em grande escala a extração da areia de alcatrão.
As areias de alcatrão canadense representam praticamente a metade da produção
de petróleo daquele país. É uma forma grossa e pegajosa de petróleo chamado
betume que representa cerca da metade da produção de petróleo do Canadá.
É voz corrente que a forma de extração das areias de alcatrão desenvolvidas
no Canadá têm uma péssima reputação, pois está entre as mais prejudiciais do
planeta.
A ong Environmental Defence considerou a extração das areias como "o projeto
mais destrutivo da terra". Tanto pela triplicação de emissões de gases pelo uso
do combustível fóssil, como também e principalmente, por deixar para trás um
rastro tóxico de lagos. Segundo o National Geographic, o processo de escavar
e cozinhar a areia betuminosa para obter um barril de óleo cru requer a emissão
de até três vezes mais dióxido de carbono que o bombeamento de um barril num
poço na Arábia Saudita. Apesar da areia betuminosa ainda contribuir com menos
de 1% das emissões mundiais de CO2, os ambientalistas informam que esse é
apenas o primeiro passo.
O National Geographic ainda afirma que não há outro lugar no planeta com tanta
movimentação de terras quanto a bacia do rio Athabasca em Alberta no Canadá.
Para se obter um único barril de petróleo da areia betuminosa, cuja lavra é a
céu aberto, é necessário primeiro desmatar o terreno, retirando a floresta boreal
que cobre mais de 1/3 do Canadá. Em seguida, são removidas em média duas
toneladas de turfa e de terras que cobrem a camada das “areias de alcatrão” para
em seguida retirar também em média, duas toneladas dessa areia.
Para separar o betume da areia, é necessário aquecer vários barris de água para
seu refino. Esse processo além de gastar muita energia com uso da água porque
o betume não flui como nas formas mais leves de petróleo, deixa-a contaminada.
Em conseqüência disso, essa água é lançada em imensos tanques, verdadeiros
lagos que cobrem uma área de 130 km2.
Têm-se notícias que no ano passado, cerca de 500 patos selvagens que voavam
para sua migração anual confundiram o lago Mildred com essas lagoas, pousando
nas superfícies viscosas morrendo em seguida, porque ficaram presos nelas. Esse
fato atraiu a atenção mundial inclusive do Green Peace.
É uma atitude devastadora e sem precedentes, as comunidades locais,
particularmente os primeiros habitantes daquela região, estão sendo deslocados
para outras áreas e cujas vidas estão sendo simplesmente destruídas. Além disso,
essa atividade está interferindo no ciclo natural de migração das aves e de outras
espécies animais que dependem do ecossistema da floresta boreal.
Desde de que começou (década de 70), essa atividade de extração já devastou
uma área equivalente ao Estado da Flórida (170.400km2).
As areias betuminosas do Canadá são responsáveis pela maior fontes de petróleo
bruto que os Estados Unidos importam. O Estado Americano de Utah tem cerca
de 93% das areias de alcatrão de todas a reserva dos Estados Unidos e que
tem quatro refinarias que processa cerca de 5 milhões de barris de petróleo por
ano oriundo das areias betuminosas canadenses. Estudos efetuados pela Earth
Energy Resourves estimam que Utah tem capacidade para processar 2.000 barris
de betume de petróleo bruto por dia, 350 dias por ano em até sete anos, até o
esgotamento de suas reservas.
Se a Earth Energy Resources conseguir 35 milhões de dólares para começar a
mineração, uma coisa é certa a população local e de todo país que é contrária a
essa atividade, vai estar presente para cumprimenta-los. A luz verde já está acesa
e os residentes locais, as organizações e editoriais de jornais estão manifestando
sua oposição ante a perspectiva do início das operações de areias betuminosas
nas terras dos Estados Unidos.

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