quarta-feira, 30 de março de 2011

Obama anuncia hoje novo plano para reduzir dependência de petróleo

Obama anuncia hoje novo plano para reduzir dependência de petróleo

Segundo o 'Wall Street Journal', Obama vai propor uma meta global para reduzir as importações de petróleo em um terço durante uma década

Estadão 30 de março de 2011
Clarissa Mangueira, da Agência Estado

WASHINGTON - O presidente dos EUA, Barack Obama, que está sendo pressionado a responder ao aumento dos preços dos combustíveis no país, delineará nesta quarta-feira uma série de iniciativas para diminuir a dependência do país do petróleo estrangeiro. Obama vai propor também uma meta global para reduzir as importações de petróleo em um terço durante uma década, reportou o Wall Street Journal, citando fontes com conhecimento do assunto.
Segundo as fontes, metade da redução das importações de petróleo do país será feita por meio da diminuição do consumo e a outra metade, pelo aumento da oferta doméstica.
Como parte de seu esforço para reduzir a demanda do país por petróleo, o governo pretende propor a construção de novas refinarias de biocombustíveis para produção de etanol nos próximos dois anos, afirmaram as fontes. Não estão claros quais incentivos ou financiamentos o governo irá propor para a iniciativa. A Casa Branca também deverá oferecer novos subsídios para governos ou empresas para aquisição de veículos movidos a gás natural para as suas frotas.
A mais recente ofensiva de Obama sobre a política energética ocorre num momento no qual os congressistas republicanos intensificam as críticas ao governo por não permitir uma maior extração de petróleo e gás nos EUA. Ontem, os republicanos disseram que vão introduzir uma legislação que obriga o governo norte-americano a vender mais concessões offshore de petróleo e a emitir licenças de perfuração dentro de um prazo definido.
O governo procurou ontem chamar a atenção das companhias de petróleo, ao apresentar um relatório do Departamento do Interior que disse que mais de dois terços das concessões de petróleo offshore no Golfo do México e mais da metade das concessões em terras federais não estão sendo utilizadas.
Obama também levantou a questão das concessões que não são utilizadas numa entrevista coletiva que fez em março, e o seu plano orçamentário de 2012 incluiu a criação de uma tarifa extra sobre as companhias de petróleo que detêm concessões paradas. Essa proposta precisará da aprovação do Congresso, no entanto.
O plano que será anunciado hoje por Obama incluirá ainda "iniciativas novas e melhores" para desenvolver essas áreas, de acordo com uma fonte.
A temperatura sobre política energética está aumentando nos EUA, junto com o preço da gasolina e do diesel nos postos, em um ritual que se tornou conhecido em Washington desde os choques do preço do petróleo em meados da década de 1970. "Nós temos tido essa conversa há quase quatro décadas", disse Obama durante uma coletiva de imprensa no dia 11 de março. "Todos os anos, os preços da gasolina sobem, os políticos puxam a mesma velha cartilha política e depois não muda nada."
A Casa Branca irá lançar o novo trabalho, uma combinação de novas ideias e iniciativas anunciadas anteriormente, como um esforço para lidar com o desafio energético do país no longo prazo e não apenas direcionado à alta dos preços da gasolina no momento.
O debate que está sendo conduzido agora está baseado nas reclamações dos consumidores sobre os preços da gasolina que subiram quase 15%, em média, desde 7 de fevereiro, de acordo com o Departamento de Energia. Em algumas partes do país, incluindo o sul da Califórnia, os preços da gasolina atingiram US$ 4 por galão - o maior nível desde o aumento dos preços do combustível em 2008.
Obama deverá reiterar a proposta incluída no seu discurso do Estado da União, de que os EUA adotarão um padrão de energia limpa que exigirá que 80% da eletricidade seja gerada a partir de fontes de energia limpa até 2035. O governo definiu a "energia limpa" como a energia nuclear, gás natural e carvão limpo, bem como fontes renováveis, como energia eólica e solar. As informações da Dow Jones.

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